Proposta antecipa início das aulas em janeiro e
amplia férias de julho.
Objetivo é desafogar trânsito e
desestimular feriados municipais e estaduais.
Débora Santos Do G1, em Brasília
Deputado
Vicente Cândido durante leitura dorelatório da Lei Geral da Copa em comissão da
Câmara (Foto: Agência Câmara)
O relator da Comissão Especial da Lei Geral da
Copa na Câmara, deputado federal Vicente Cândido (PT-SP), informou
ao G1 que incluiu no texto final do projeto uma
mudança no calendário escolar de 2014 para antecipar o início das
aulas e aumentar o período das férias de julho em toda a rede
escolar durante o Mundial de futebol no Brasil.
Ele afirmou que a alteração no relatório final
será apresentada oficialmente nesta terça-feira (13), quando a Lei
Geral deve ser votada na comissão especial. Se aprovado na
comissão, o texto, que tramita em regime de prioridade, vai direto
para o plenário. Depois, ainda precisa ir para o Senado antes de
ser sancionado pela presidente Dilma Rousseff.
Na maioria dos estados, as aulas começam no fim
de fevereiro e as férias de meio de ano duram todo o mês de julho.
De acordo com o calendário proposto pelo deputado, que valeria,
segundo ele, tanto para rede pública quanto para rede privada, o
ano letivo começará no dia 20 de janeiro de 2014 e as férias do
meio de ano vão de 11 de junho a 21 de julho.
O mundial começa no dia 12 de junho e se encerra
em 13 de julho - veja
calendário dos jogos no Globoesporte.com.
A Lei de Diretrizes Básicas da Educação (Lei
9394/1996) não estabelece datas para o calendário escolar na
educação básica, do ensino infantil ao ensino médio, deixando a
definição de início e término das aulas para as secretarias
municipais e estaduais de ensino. A legislação apenas define que
precisa ser seguida a carga horária mínima anual de 800 horas,
distribuídas por um mínimo de 200 dias de trabalho escolar.
O relator esclareceu que a antecipação do
início das aulas e o aumento das férias de meio de ano não
causariam impacto no currículo escolar.
O deputado disse também que sua intenção, com
a alteração no calendário das aulas, é desafogar o trânsito e
desestimular que estados e municípios instituam feriados, conforme
prevê a Lei Geral.
“É reconhecido no Brasil inteiro que nas
grandes cidades, pelo menos, há um impacto no trânsito muito em
torno da mobilização dos alunos no período escolar, eu creio que
isso resolveria bastante a questão da mobilidade. Talvez nem
precise, nesse caso, decretar feriados nos estados e municípios”,
disse Cândido.
A Lei Geral reúne as normas para a realização
do Mundial no Brasil, entre as quais as medidas exigidas pela
Federação Internacional de Futebol (Fifa) com as quais o governo
se comprometeu para promover a Copa.
Votação
De acordo com o relator, a expectativa da base governista é votar o projeto da Lei Geral no plenário da Câmara antes do recesso parlamentar - a previsão é de que as votações ocorram até o dia 23 de dezembro.
De acordo com o relator, a expectativa da base governista é votar o projeto da Lei Geral no plenário da Câmara antes do recesso parlamentar - a previsão é de que as votações ocorram até o dia 23 de dezembro.
“Estamos costurando esse acordo e já avançamos
bastante. Colocamos o projeto na mão de todos os líderes. Creio
que na segunda é possível finalizar o texto e na terça votamos na
Comissão. Estamos todos, governo e lideranças da base, imbuídos
da intenção de votar na quarta-feira [em plenário], o que seria
um grande feito da Câmara, levando a apreciação para o Senado em
fevereiro do ano que vem”, afirmou o relator.
Sustentabilidade
Além de campanhas pelo desarmamento e contra as drogas previstas para o período da Copa, o deputado petista pretende incluir no projeto um item para estimular empresas e entidades envolvidas na organização do mundial a realizar programas de sustentabilidade.
Além de campanhas pelo desarmamento e contra as drogas previstas para o período da Copa, o deputado petista pretende incluir no projeto um item para estimular empresas e entidades envolvidas na organização do mundial a realizar programas de sustentabilidade.
O projeto vai criar um selo de sustentabilidade
que será concedido pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente
(Conama), de acordo com critérios que demonstrem a contribuição
para preservar o meio ambiente.
“Vejo um momento importante em que o Brasil se
projeta para o mundo e pode também trabalhar a conscientização
das empresas fornecedoras e entidades em apresentar programas que
tenham no bojo a sustentabilidade. Ao adquirir esse selo, a empresa
estaria, talvez, subindo no ranking da contribuição social e da
responsabilidade social”, avaliou Vicente Cândido.
Aeroportos, bebidas e meia-entradaNa
semana passada, a Comissão Especial da Lei Geral da Copa se reuniu
para uma apresentação dos principais pontos do projeto. Uma das
propostas debatidas foi a utilização
de aeroportos militares como forma de aliviar a demanda por
aeroportos civis durante a Copa do Mundo de 2014 no Brasil.
A proposta é resultado de uma emenda de autoria
do deputado Otávio Leite (PSDB-RJ). A intenção é discutir com o
Ministério da Defesa o uso dos aeroportos militares para se receber
delegações de atletas e autoridades dos países participantes do
evento.
Outro ponto contemplado no relatório é a
liberação, durante a Copa do Mundo e a Copa das Confederações,
em 2013, da venda de bebidas alcoólicas nos estádios, atualmente
proibida pelo Estatuto do Torcedor.
Pelo texto, a venda e o consumo ocorrerão
somente nos bares e estabelecimentos situados no interior dos
estádios, conforme procedimento adotado em países europeus.
A Lei Geral prevê ainda a reserva de pelo menos
300 mil ingressos - dentre os cerca de 1 milhão que serão
colocados à venda direcionados a brasileiros - para estudantes,
idosos, portadores de deficiência, indígenas e participantes de
programa de transferência de renda, com preço sugerido de R$ 50.
O valor corresponde aos US$ 25 propostos pela
entidade de futebol - de acordo com o texto, metade do preço do
ingresso mais barato.
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